segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um sonho


Era um campo verde a perder de vista. O céu era mais azul que qualquer outro azul. Os passarinhos voavam e cantavam como nunca antes eu havia escutado. Eles estavam felizes e eu também.

Embaixo de uma árvore enorme havia um balanço e nele eu tentava alcançar o céu azul, cada vez mais alto, eu tinha certeza que alcançaria. Aliás, naquele lugar nada parecia ser impossível. Eu me sentia forte, me sentia muito... viva.

Você estava deitado na grama, rindo de mim como sempre. Isso me dava segurança. Você me completava, como o verde do campo completava o azul do céu, como o pequenez balanço completava a grandiosidade da árvore. Simples assim, seu sorriso completava a minha felicidade.

E tudo era perfeito. Agente corria, se abraçava, pulava, você dizia que me amava, e eu respondia que sempre ia te amar, sempre.

Foi aí que brinquei de me esconder de você. Atrás da grande árvore, esperei por um longo tempo, ansiosa pra ser encontrada. Você não me achou, você não estava mais lá e eu não era forte sem o seu sorriso, sem o seu amor. Você sumiu, me deixou.

E o campo verde não era mais verde, o céu azul não era azul. O dia virou noite sem lua e sem estrelas. Apenas o escuro, o nada. Eu estava sozinha e de repente não me sentia mais viva, faltava alguma coisa em mim, faltava o meu coração.

Devagar me deitei na grama verde que não era mais verde, olhei para o balanço que não mais balançava, para o céu que não era mais azul e percebi que o impossível nunca é possível. Eu nunca alcançaria o céu azul, mesmo que balançasse o mais alto. Porque aquele não era mais meu céu e eu não podia mais balançar.

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