terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mulheres e Encantos


                    A mulher deve ser lentamente decifrada, como o enigma que é: encanto a encanto. Coelho Neto

Segundo o escritor parnasiano, mulheres são enigmas a serem decifrados. Segundo a medicina, mulheres são indivíduos de anatomia complicada e fisiologia ainda mais complicada. Segundo a psicologia, mulheres são criaturas de mentes confusas e comportamentos imprevisíveis.

Até mesmo as próprias se vêem como a personificação da confusão e da complicação. Não é fácil ser mulher, e todos já ouvimos aquelas velhas justificativas clichês para esse fato: Depilação, menstruação, cólica, gravidez, parto, enfim.

Sim, os clichês são totalmente válidos, mas não são eles que justificam realmente as dificuldades de uma mulher. A maior fragilidade dessas criaturas complicadas são os seus sentimentos, a extrema confiança no sexo oposto, a necessidade de justificar por si mesma o erro dos outros, a grande facilidade de se envolver emocionalmente e a gigantesca dificuldade de não se importar com quem merece a indiferença.

Mulheres vivem em extremos. Ora são muito seguras, ora são inseguras demais. As vezes confiam tanto a ponto de se decepcionarem, outras vezes confiam tão pouco que se sufocam com o próprio ciúme. O bom humor delas é contagiante, o mau humor, sai de perto! Podem ser muito, muito carinhosas quando amam, mas extremamente rancorosas e maldosas quando odeiam. Aliás, a linha entre amor e ódio é bastante tênue.

É muito difícil encontrar uma mulher totalmente equilibrada, que não viva pelo menos um exemplo de extremos em sua vida. Assim como é quase impossível encontrar uma mulher que não tenha sofrido por um homem que não merecia um pingo de seu amor. Esta aí outra das fragilidades femininas, a imensa capacidade de se apaixonar pelo cara errado, e sofrer.

É difícil viver nessa eterna confusão de sentimentos, é difícil ser instintivamente protetora, é difícil se preocupar com mil e uma coisas ao mesmo tempo, é difícil ter que se preocupar com a beleza ao mesmo tempo em que se preocupa com mil coisas ao mesmo tempo.

Mas sabe de uma coisa? Talvez as fragilidades femininas sejam aquilo que realmente as tornam especiais. Porque essas fraquezas de certo modo são pequenas consequências das maiores qualidades de uma mulher. A capacidade de se entregar, de sonhar, de amar, de viver tudo intensamente. Intensa... É um adjetivo que definiria bem qualquer mulher.

Nunca acreditei nessa história de que homens e mulheres podem ser classificados e tachados por características específicas e imutáveis. Acredito que cada ser humano é único independentemente do sexo. Mas acredito sim que as mulheres são verdadeiros enigmas a serem decifrados. Não há como negar, entre os dois gêneros, elas são as mais imprevisíveis.

Acredito que o maior privilégio de uma mulher é ter em sua vida um homem afetuoso a decifrá-la pacientemente, um pouquinho a cada dia. E por fim, acredito que a maior felicidade de um homem é ter uma mulher complicadinha ao seu lado, com toda a sua capacidade de viver intensamente e principalmente, com todos os seus encantos.

Lívia C.B.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Senhorita Saudade



Há um momento na vida em que tudo vira de ponta a cabeça e quase tudo é incerto. Digo quase, porque há uma única certeza. A certeza de que os amigos irão para longe, de que a realidade será diferente, aquela dura certeza da saudade.

Esse momento caótico passa, como tudo na vida passa, e então vem um período de adaptação, onde conhecemos novas pessoas, novas ideias, novos lugares, uma nova rotina que pode se mostrar até mesmo melhor que a antiga.

Nos adaptamos, e então tudo parece calmo novamente. Sabemos que aqueles novos amigos estarão lá por algum tempo, e que as amizades serão um porto seguro frente a todo obstáculo que vier. Nos sentimos seguros, como se mais nada pudesse nos abalar.

No entanto, o sentimento de segurança é facilmente abalado. A saudade sempre aparece novamente para nos mostrar o quanto ela é doída, o quanto ela faz sofrer. E a vida sempre nos mostra que não existe calmaria nesse mundo.

E assim, a senhorita saudade pode tirar de nós aquela realidade que tanto nos confortava, aquele novo amigo que tanto nos alegrava, e ela pode até nos fazer chorar inconformados por aquilo que estamos perdendo.

Sim, é doloroso saber que nada nessa vida é inabalável. É muito triste quando alguém que amamos vai pra longe. Mas a senhorita saudade não pode tirar de nós o sentimento, o carinho, o afeto. Ela pode nos tirar a convivência, mas não a amizade.

Por isso, por mais que seu mundo vire mil vezes de ponta a cabeça, confie que ele vai se endireitar. Por mais que a distância apavore, enfrente-a!

Sabe por quê?

Porque o que senhorita saudade tem de má, a senhorita amizade tem de perseverante, e a perseverança sempre vence. Sempre!

Lívia C.B.

Je, eu vou sentir muito, muito, muito a sua falta fofinha! Obrigada por ter sido essa amiga tão querida nesse ano que passou, e não importa o que aconteça, a distância não vai nos afastar e a saudade não vai nos entristecer ok? A nossa amizade sempre vai ser mais forte que ela. Fica bem, e conte sempre comigo! 
Li.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

E se...



De modo geral não é novidade quando digo que a vida é maravilhosa. Realmente enxergo o fato de existir como um verdadeiro milagre, um milagre que me surpreende sempre.

Mas algumas coisas na vida me fascinam de forma especial. São detalhes que me inspiram. Admiro, por exemplo, o poder que o ser humano tem de ser bom, e admiro cada um dos sentimentos bonitos que são próprios de nós, os bípedes de cérebro cinzento.

Acho incrível a criatividade humana, as artes, música, teatro, o cinema. E as diferenças também me encantam, as distintas culturas do Ocidente ao Oriente, as diferentes aparências, os diferentes modos de agir e pensar. Tudo isso me faz amar a vida.

E é por amar a vida, que amo mais ainda o poder de escolher os caminhos que devo seguir. É estranho pensar que toda a nossa história estaria escrita em algum lugar ou que fosse programada de alguma forma. Por isso, a maior beleza de viver está na liberdade que temos de fazer da vida o que gostaríamos que ela fosse, ou ao menos algo parecido com o que gostaríamos.

Porém, a liberdade de escolha apenas seria perfeita se não existisse o fantasminha do “E se” para nos assombrar. Porque até mesmo quando tomamos uma decisão acertada, ele sempre está lá para nos confundir e angustiar. E se eu tivesse dito sim, o que aconteceria? E se eu tivesse ido embora? E se eu tivesse desistido? E se eu tivesse continuado?

São as dúvidas que nos acompanharão eternamente. São perguntas que nunca terão respostas. Nenhuma questão que começa com um ”E se” pode ser respondida com certeza. Então aqui vai mais uma das minhas filosofias pessoais, nunca faça a si mesmo perguntas que se comecem com um “E se”, nunca! Leu bem? NUNCA!

E sabe por quê? Porque a vida é tão impressionante que não vale a pena desperdiçar tempo e vitalidade mental em perguntas como essas. Apenas concentre-se em questionamentos que agucem a sua criatividade, aumentem a sua inteligência, e iluminem a sua alma!

Além disso, o fato de viver é tão grandioso que qualquer escolha ruim se torna insignificante. Ainda mais quando percebemos que depois de uma escolha sempre haverá outra, e outra, e no fim poderemos compensar aquilo que não foi tão acertado. Outras chances sempre virão para aqueles que estão atentos a procurá-las.

Em fim, quando for necessário escolher, pense. Pense uma vez, duas vezes, mil vezes. Decida, e continue, sem questionar o que poderia ter acontecido ou não acontecido se a outra alternativa fosse escolhida. Não deixe o “E se” te perseguir. Ele não é saudável para o milagre que é a sua existência.

Lívia C.B.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Tic tac tic tac



O tempo do mundo é contado através dos movimentos de rotação e translação. Giros que nos presenteiam com os dias e as noites, os anos, os milênios, o passado, o presente e o futuro.

Já o tempo do ser humano é contado através dos ponteiros do relógio. E não apenas contado, mas controlado a mãos de ferro. Uma maquininha simpática que deveria ser nossa aliada se torna cada vez mais uma vilã que aprisiona e impede de viver.

O tic tac da rotina frenética em que vivemos não deixa espaço na agenda para o compromisso de aproveitar a vida. Os amigos, a família, as viagens, as coisas que gostamos de fazer, um livro que gostaríamos de ler, palavras que deveriam ser ditas, tudo fica pra depois. Um depois que nunca chega.

Então, insatisfeitos, nos perguntamos onde está a felicidade. Respondo, a felicidade está naquele tempo que ficou pra trás, no depois que não chegou, em tudo aquilo que deveria ser prioridade, mas não é.

E apesar das nossas insatisfações, o tempo passa, o relógio não para, e o que ficou pra trás não volta. Após um dia somos presenteados com outro dia, um ano termina e somos presenteados com outro, mesmo que não saibamos enxergá-los como os belos presentes que eles são.

Que em 2012 possamos fazer as pazes com o relógio, e transformá-lo de vilão a companheiro. Que as 24 horas de cada dia sejam suficientes para que nossas obrigações sejam cumpridas e que ainda assim possamos sorrir, dançar, pular e sonhar.

Falando em sonhar, que em 2012 possamos ter muito tempo para realizar sonhos, e tempo para pensar em novos sonhos. Tempo para parar, prestar atenção a nossa volta e enxergar a vida no que ela tem de mais bela, porque, como eu já disse, a realidade pode ser fascinante se educarmos os nossos olhos para enxergá-la assim.

Em fim, o tempo muitas vezes pode não ser muito amigável conosco, mas com um pouquinho de jogo de cintura e paciência ele se torna um grande amigo. Basta querer!

E feliz ano novo!

Lívia C.B.