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quinta-feira, 14 de julho de 2011

O amor em bolhas de sabão


http://www.flickr.com/photos/enyouart/

Nas minhas fantasias infantis elas eram simplesmente mágicas. De longe, transparentes, de perto, um arco Iris. Eram grandes ou pequenas, rápidas ou beeem lentas. Algumas flutuavam por longos minutos, outras desapareciam em segundos. Elas me impressionavam de verdade.

Ainda hoje gosto de observá-las serem levadas pelo vento, ignorando a lei da gravidade, ignorando a realidade a sua volta. Ignorando, principalmente, os meus olhos fascinados a acompanhá-las, com a mesma curiosidade da menininha que eu costumava ser.

Se prestarmos atenção, veremos que o amor não é muito diferente de uma bolha de sabão. Ele é uma mistura de inúmeros sentimentos, como a bolhinha é uma mistura de inúmeras cores. Tem diversas formas e tamanhos. Algumas vezes dura muito, outras vezes nem tanto.

O amor ignora os princípios da física, ignora a realidade, ignora os olhos de quem o sente.

Flutua por aí, pronto para atingir alguém ao acaso. E quando atinge, trás uma agradável surpresa, faz sorrir e mostra um mundo inteiramente novo, como quando éramos crianças e as bolhinhas transformavam nosso dia em fantasia. Mas, infelizmente, o amor não é uma bolhinha de sabão.

Bolhas de sabão não machucam, não provocam sofrimento. Elas não tiram o nosso sono e não nos atormentam com sonhos inquietos. Não nos deixam ansiosos, confusos ou angustiados. Elas apenas nos oferecem alguns instantes de contemplação, e somem sem deixar cicatrizes ou mágoas.

O amor deveria ser exatamente como uma bolha de sabão. Apenas mágico. Fascinante por sua simplicidade. Sem complicações, sem inseguranças. Seguiria seu caminho, confiando na sabedoria do tempo, como a bolha de sabão confia na direção do vento.

Sim, o amor tem as suas falhas. Falhas bem grandes, quase imperdoáveis.

Porém, mesmo com os seus defeitos, ele fascina os olhos ingênuos de uma criança debruçada sobre um conto de fada. E fascina, da mesma forma, a todos aqueles que anseiam não um amor de histórias infantis, mas um amor que, apesar das dificuldades, torne a vida colorida como uma bolha de sabão.

Porque a realidade pode não ser mágica, mas ela pode ser fascinante se educarmos os nossos olhos para enxergá-la assim.

Lívia C.B.