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terça-feira, 26 de abril de 2011

Fear is only in our minds,

http://www.flickr.com/photos/enyouart/

                                                Taking over all the time.

Os nossos parentes pré-históricos precisavam temer. Eles viviam em um mundo cheio de perigos, feras ferozes, precipícios, tempestades devastadoras e toda sorte de intempéries.

Já dizia Darwin, o ambiente seleciona os mais aptos. E o ambiente selecionou os medrosos. Aqueles que ao invés de enfrentar as feras, corriam delas. Os que evitavam as alturas, as águas profundas, os que se protegiam melhor nos dias de chuva. E os que guardavam mais comida, claro.

Isso, pra nós, representa um DNA repleto de genes que nos incitam a viver atentos, cuidadosos e receosos. Mesmo que hoje não existam mais feras ferozes e todas aquelas desventuras de um mundo primitivo. Mesmo que nosso vizinho não vá aparecer querendo jogar uma pedra gigante em nossas cabeças – eu espero que não!

Assim, passamos a canalizar esses medos a coisas que não deveriam nos amedrontar. Que criança nunca teve medo de escuro, de fantasma, de monstro debaixo da cama? Que jovem nunca teve medo do futuro?

Temos medo de novos amores, de mudanças, de lugares desconhecidos e pessoas desconhecidas. De comidas exóticas, de caminhos diferentes. Medo de sair da rotina, da programação. Medo de mudar de idéia, de sonhos, de metas.

A verdade é que, especialmente quando se trata de sentimentos e expectativas, fugimos de qualquer coisa que possa nos tirar desse mundo psicológico seguro, sem grandes surpresas.

É como se fossemos hominídeos amedrontados vivendo escondidos em uma caverna que está em nossas próprias mentes.

Então, depois de termos sido selecionados como os mais aptos para a vida nessa Terra, é chegada a hora descobrir quais são os mais aptos para vencer os medos intrínsecos a todo cérebro humano.

E os que conseguirem essa proeza, esses sim serão os donos do mundo futuro.

Missão impossível?

Talvez. Mas prefiro isso a enfrentar feras ferozes, e como prefiro!

Lívia C.B.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Que amor, que sonhos, que flores,


“Naquelas tardes fagueiras, á sombra das bananeiras, debaixo dos laranjais! Oh! Que saudades que tenho, da aurora da minha vida, da minha infância querida, que os anos não trazem mais!”

Assim Casimiro de Abreu se lembrava da sua infância, no século XIX, quando a maior diversão era tomar banho de cachoeira e correr atrás das asas ligeiras de pequenas borboletas azuis.

As crianças daquela época não eram muito diferentes das crianças da época de nossos pais. Há algumas décadas a maior alegria era passear o dia todo de bicicleta pela cidade, pedindo docinhos na padaria e brincando de pular corda.

A minha geração já não teve tanta liberdade, porém éramos felizes assistindo castelo RA-TIM-BUM, fingindo ser Power Rangers e cantando aquela musica fofa dos Bananas de Pijamas. Sem preocupações ou pressões, viver era apenas sorrir.

E tudo mudou em um piscar de olhos. Criança ou não, viver no século XXI é complicado. A velocidade frenética em que as informações e as novas tecnologias nos bombardeiam impõem um novo estilo de vida, um estilo que ainda está sendo assimilado. Precisamos nos acostumar com esse novo mundo.

Isso reflete totalmente na infância desses tempos. Os pequenos não têm aquela inocência característica dos séculos passados. Pelo contrário! Eles sabem de tudo, e procuram saber de tudo. Ensinam seus pais as manhas do universo digital, mergulham em jogos complicadíssimos, e até os filmes infantis apresentam tramas cheias de nuances e mistérios. É pipocos, foi-se o tempo dos clássicos da Disney.

É verdade, muitas das brincadeiras de correr, pular, cantar foram substituídas por essas diversões virtuais, bem mais “adaptadas” ao novo mundo. O que é uma preocupação pois nada pode substituir a aprendizado que se têm convivendo com as outras crianças, exercitando não só o corpo, mas as emoções. O perdão, a amizade, a compreensão.

Sim, precisamos nos acostumar com esse novo mundo, e isso inclui conciliar a nova infância com a velha infância. Aproveitar o que temos de melhor nesse século, sem esquecer do que tínhamos de melhor no passado. Se conseguirmos ensinar isso aos pipoquinhos de hoje, no futuro eles serão pessoas brilhantes e terão boas lembranças as sua infância, assim como Casimiro de Abreu teve tantos anos atrás.

Lívia C.B.

Para 46ª Edição Opinativa do Projeto Bloínquês.
1º lugar!