segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Cause you make me feel,

                                               Like I'm not a girl from this world.

Não se assuste se me encontrar estática com os olhos arregalados, olhando para o nada. Sem piscar. Quando olho para o nada mergulho em mim mesma e esqueço tudo a minha volta.

O nada onde fixo meus olhos é como um grande telão branco de cinema, perfeito para a projeção dos milhares de “filmes-memórias” que existem em minha mente. Analiso cada cena para descobrir algum detalhe que deixei passar.

Faço isso constantemente, mais até do que seria saudável para uma pessoa normal. O problema é que eu não sou uma pessoa normal.

Pessoas normais não têm uma sala Cinemark 3D em suas cabeças, e nem narradores inoportunos e irritantes que insistem em narrar tudo e todos a sua volta, 24 horas por dia.

Pessoas normais não têm uma trilha sonora pronta em seus ouvidos, uma musica certinha pra cada sentimento, ou pra cada pessoa especial.

Na maior parte do tempo sou assim, uma pessoa nada normal. No entanto, raras vezes, me transformo em um ser de outro planeta. Estranhamente nesses momentos você sempre está por perto, interferindo em toda minha (des)organização mental.

Então eu não sei mais o que é música, o que é filme, o que é nada, o que sou eu, onde estou. Acredite se quiser: O meu narrador intruso irritante perde a voz. Ele não sabe o que dizer. Eu não sei o que dizer. De repente tudo vira silêncio, não penso em nada. Não entendo o que você diz, não me concentro na realidade em nem na fantasia. É desesperador!

Quando volto à vida, ou você está de costas indo sabe-se lá pra onde, ou eu virei as costas indo sabe-se lá pra onde também. Devagarzinho o narrador volta das profundezas e diz:

Mais uma vez ela não soube o que fazer, mais uma vez ela não soube o que dizer. Até quando ela será tão boba para deixar sua vida passar diante dos seus olhos? Descubra em breve, nos cinemas.

E os violinos começam a tocar, os filmes começam a se projetar em velocidade acelerada nos telões em branco. Mais uma vez estou olhando fixamente para o nada. Eu não deveria sorrir, mas estou sorrindo justamente por ser a boba que sou.



Lívia C.B.
Para Pauta Livre #05, blorkutando. Segundo texto escolhido como destaque aqui! :)

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, encontrei seu blog no blorkutando.
Estou seguindo aqui.

Se quiser me visitar: http://iasmincruz.blogspot.com/

Lívia disse...

Obrigada Iasmin! Pode deixar que visitarei o seu blog em breve.

Até mais :*