domingo, 21 de outubro de 2012

Sobre expectativas



Segundo o dicionário, expectativa é uma esperança fundada em promessas, viabilidades ou probabilidades. Na vida, esse pequeno verbete é muito mais complicado do que parece ser a princípio. As expectativas, especialmente quando exageradas e principalmente quando envolvem sentimentos, podem machucar bastante.

Já dizia o mais famoso poeta e dramaturgo inglês, senhor William Shakespeare: “Não quero pensar, não quero fazer planos, não quero criar expectativas. Quero apenas que os dias passem.”.

Não criar certos tipos de expectativas é abrir as portas para o inesperado. É tornar os momentos felizes mais felizes pelo sabor da surpresa, e tornar os momentos tristes menos tristes pela ausência da decepção. Não criar expectativas impossíveis é ser alegre sem precisar sair da realidade, sem precisar tirar os pés do chão.

Porém, o fato é que esperar acontecimentos futuros (possíveis ou não) faz parte da essência do ser humano. Algumas pessoas fazem mais planos que outras, anseiam mais pela realização de certos objetivos, outras são mais tranquilas. Mas ninguém pode dizer que não espera algo de alguma coisa, ou de alguém.

E esperar alguma coisa de alguém é o caminho mais curto pra frustração. Porque não fomos feitos pra corresponder expectativas de outras pessoas. Temos, sim, responsabilidade com o que esperamos de nós mesmos (e muita!), mas nunca com o que esperam de nós.

Nesse sentido é que as decepções são tão comuns no amor. Amar é sonhar, e sonhar é criar expectativas. E nesse caso, criar expectativas essencialmente em outra pessoa. É impossível não querer que o outro corresponda o sentimento, que o outro sonhe junto, querer carinho e atenção. É utopia dizer que se pode amar sem criar expectativas, sério.

Mas a gente pode controlar as expectativas e impedir que elas nos machuquem, não só no amor, mas em tudo que envolva esperanças. É se basear na realidade, e não em fantasias, pra esperar algo do futuro. É analisar as probabilidades, as chances reais. É sempre evitar depositar expectativas em outra pessoa, e quando isso for inevitável, procurar fazê-lo de forma branda e superficial.

Repare, eu não disse em nenhum momento que não devemos criar expectativas. Na minha opinião, devemos sim criar expectativas, mas somente aquelas que são devidamente embasadas, que são possíveis de ser realizadas, aquelas que nos movem para o sucesso na vida. Essas sim devem ser cultivadas e muito bem cultivadas, para que um dia possamos colher os doces frutos da autorrealização.

Os outros tipos de expectativas, aquelas infundadas e fantasiosas, são barreiras pra nossa felicidade, e barreiras devem ser ultrapassadas, superadas com coragem e determinação, sempre!

Lívia C.B.

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