sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

De tempos em tempos...


Há tempos em que tudo parece desmoronar. O que antes era realidade vira passado. O que antes era vivência, torna-se lembranças, saudade.

Nesses tempos, não sabemos como agir ou o que esperar do futuro. Apenas vivemos em uma incerteza infinita, sempre acometidos por uma vontade frustrada de fazer o tempo parar, ou voltar.

Andamos atônitos por corredores que amanhã não nos verão mais. Logo estaremos em outros corredores, em outros caminhos. Estaremos em busca de algo que muitas vezes nem sabemos o que é, mas que nem por isso deixaremos de buscar. E nem por isso deixaremos de encontrar.

Porque o que buscamos, é muito mais do que podemos encontrar em alguma parte do mundo. O que buscamos na verdade, é a nós mesmos. É a nossa identidade, aquilo que nos faz especiais e únicos.

E quando chega a primeira grande encruzilhada das nossas vidas, é tempo de ver grandes amigos de outrora seguirem na sua busca, é tempo de repensar todas as nossas decisões, é tempo de manter-se firme apesar dos abalos inevitáveis. É tempo, principalmente, de olharmos para nosso interior, e darmos um grande passo nessa busca primordial.

Um passo muitas vezes doído, molhado de lágrimas, repleto de despedidas, mas com certeza, um passo que nos tornará mais fortes, mais adultos, mais maduros.

E a maior despedida, sem dúvida, será o adeus a infância, a criança que ainda não nos deixou, mas que agora terá que ficar quietinha na virada da encruzilhada, esperando ansiosa pelos poucos momentos de nossa vida que olharemos para trás, e a deixaremos sorrir pelos nossos lábios.

Lívia C. B.

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