quinta-feira, 3 de junho de 2010

O futuro das crianças



O tema da minha redação ontem na escola foi: Os cuidados com a infância de hoje para um mundo melhor no futuro.

Os textos de apoio falavam sobre mortalidade infantil, sobre educação e uma parte em especial me chamou bastante atenção. Dizia que o mundo contemporâneo sofre com uma série de problemas, cuja solução, necessariamente, caberá àqueles que hoje são crianças. É o velho clichê: As crianças são o futuro. Elas terão que enfrentar o mundo um dia, e ainda, se possível, torná-lo um lugar melhor para se viver. Como colocar tamanha responsabilidade nas costas desses pequenos, sem prepará-los adequadamente, sem dar a eles a força necessária?

Nesse ponto há várias análises possíveis.

Uma delas é o enfoque ás problemáticas da população mais carente. As crianças que não tem o que comer ou que morrem por falta de atendimento nos hospitais públicos. Aquelas que não possuem moradia digna, saneamento ou educação. Ainda aquelas que são abandonados a própria sorte por pais muitas vezes alcoólatras e desempregados, sem a mínima estrutura para criar um filho. E quando não são abandonados, os pobrezinhos que são violentados, machucados e explorados dentro da sua própria casa, por aqueles que só deviam os amar. E o futuro? Drogas, tráfico de drogas, gravidez precoce, prostituição, cadeia ou coisa pior.

Foi com essa linha que eu costurei o meu texto. Citando os maiores problemas sociais. Será muito pedir uma boa qualidade de vida para todos e ao menos a possibilidade das crianças sonharem com um mundo melhor?

Porém, há ainda um outro caminho, que preferi não citar no meu texto, mas que não é menos importante. Reservei especialmente para o Pulo de Pipoca :P

É a vida das crianças que têm condições financeiras. Aquelas que estudam nas escolas particulares, teoricamente melhores que as públicas. As que tem todos os dias comida na mesa, que tem lazer, acesso à internet, enfim, uma vida privilegiada.

Estes deveriam ser exemplos de como uma boa qualidade de vida forma crianças saudáveis, inteligentes e preocupadas com o futuro. Não é o que acontece. Na maioria das vezes os pais não tem tempo para dedicar-se aos filhos. O trabalho consome todas as energias, estressa e cansa. Dessa forma, para suprir a ausência, fazem todas as vontades dos filhos, incentivando-os, mesmo que involuntariamente, ao consumismo e esquecendo de ensiná-los os valores morais tão necessários para a formação do caráter e do discernimento.

Não digo que essa é a única causa da formação de uma juventude sem objetivos de vida, sem senso crítico, que sofre de “puta falta de sacanagem” e que vai “xingar muito no twitter hoje” (Parafraseando os jovens “indignados” em um show da banda Restart), mas com certeza é uma das causas. Uma bem importante.

As crianças e os jovens precisam não só escola, de cama, de comida e roupa lavada. Eles necessitam de uma presença que os oriente sobre o certo e o errado. Que os incentive a estudar, que vigie os seus passos, que saiba os lugares em que frequentam, com quem eles andam e até mesmo o que fazem na internet. Essa é uma função dos pais ou dos responsáveis,

É quase desesperador imaginar que o mundo vai estar nas mãos de pessoas que “xingam muito no twitter hoje”, que gastam todo o dinheiro dos pais comprando roupas de marca no shopping e que ficam de ano na escola. Onde nós vamos parar?

Bom, se formos pensar em nível global de verdade, há outros problemas ainda maiores que os que já citei.

O caso da África, por exemplo. Os países subsaarianos onde as crianças comem biscoitos de terra e sal, subnutridas e muitas vezes aidéticas. Pequenos seres excluídos pelo sistema capitalista. É a realidade mais triste e mais ignorada do mundo.

E o Oriente Médio? Onde as crianças muitas vezes crescem com armas nas mão, aprendendo a odiar os seus rivais? Crescer com ódio sem motivo. É apenas o ódio pelo ódio.

A humanidade ainda tem muito a evoluir até chegarmos no ideal de harmonia. Até lá façamos todos a nossa parte, e porfavor, eduquemos essas crianças. Façamos delas a nossa maior esperança, pois é isso que elas deveriam ser.

Link para jovens indignados que "xingam muito no twitter hoje": http://www.youtube.com/watch?v=2s1w2NZrioE&feature=related

Beijos pipoquentos (:
Até mais!

Um comentário:

Naty Araújo disse...

Ahh realmente isso anda sendo um caso perdido.
Lamentavelmente!

Muitos pais nem se preocupam com a educação na infância dos filhos ou se preocupam, mas não faz muitas coisas pra isso.
A mortalidade infantil está crescendo, crescendo e os olhos das pessoas estão fechados e as mãos acorrentadas, pois nada fazem e nada conseguem enxergar no que acontece ao redor deles.

Muitos jogam a responsabilidade para as crianças, como vc disse: "dizendo que elas são o futuro de amanhã", mas esquecem que sem uma boa educação, não há futuro bom.
O futuro certo é o pior do que está hj... enfim... estou tagarelando demais... mas é pq gostei demais do seu tema.
O tema da sua redação foi ótimo!

Adorei.

Beijos, Lívia. Acho que nem precisava dizer que gostei, né? Tagarelei tanto kkkkkkkk.